quarta-feira, 8 de junho de 2011

SOS Bombeiros RJ

O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, 1a Corporação do Brasil, às vésperas de completar 155 anos de existência no próximo dia 02 de Julho, passa por uma crise jamais vista na história das Corporações de bombeiros.
O Estado do Rio de Janeiro apesar de ter um dos maiores PIB do país, paga aos seus bombeiros o mais baixo salário de todas as Corporações brasileiras.
A crise no Corpo de Bombeiros do RJ não começou com o protesto no Quartel do Comando Geral. Já vem de muito tempo, quando não encontraram um mínimo de acolhida pelo Governador do Estado, insensível aos pedidos das Associações Representativas, e as diversas passeatas e atos de protesto na cidade.


Escorado numa legislação arcaica e resquício da Ditadura Militar, o Governador, sabedor das consequências que qualquer ato coletivo de maior repercussão ocasionaria aos participantes, recolheu-se ao seu mundo, cercado e protegido por Servidores Servis.

A corajosa e valente tropa do BOPE, a mesma que "não viu" a bandidagem fortemente armada fugir do Morro do Alemão, contra bombeiros desarmados, mulheres e crianças, demonstrou a razão da sua existência.

Prender mais de 400 bombeiros é simples e fácil. Não são invasores de terra e residências, que constantemente ocupam prédios públicos ou propriedades privadas, com quem, o Governo respeitoso aos seus direitos como cidadãos, negocia indeterminadamente para evitar confronto que possa acarretar vítimas inocentes.

E os Bombeiros cariocas?

Se em algum momento o Governador quisesse negociar teria enviado um Oficial da Corporação de sua confiança para conversar com seus colegas de farda, em busca de uma decisão conciliatória.

Ao contrário, mandou de imediato o Comandante em Chefe da Polícia Militar, prepotente e com a atitude própria daqueles que mesmo errados utilizam a força para impor suas decisões, que após transmitir suas ordens, deu um ultimato aos bombeiros e seus familiares, que se não saíssem até às 06:00hs invadiria (e invadiu) o Quartel.

Negociar a saída primeiro das mulheres e crianças, como já fizerem em diversas situações semelhantes, ceder, permutar, aceitar, são argumentos inexistentes na escala de valores do Cmt. da Polícia Militar.

Tratar os bombeiros – que também são cidadãos e servidores públicos, de forma mais violenta que tratam a escória que vive e domina os presídios cariocas, é ultrapassar o final da linha do bom senso.

Alguém lembra de situações críticas em algum presídio no Rio de Janeiro, em que a Polícia entrou no presídio sem ampla negociação e acordo com os presos ?

Sem respaldo legal para reclamar, obrigados a trabalhar sem recursos e muitas a vezes por dias seguidos, os bombeiros estão hoje proporcionalmente próximos a escravidão.

Os Bombeiros são servidores do povo, e não de seus governantes, e todas as crises, por piores que sejam, terminam pelo diálogo, e não com o uso da força.